25/05/07

Soneto à Maneira de Camões

Esperança e desespero de alimento
Me servem neste dia em que te espero
E já não sei se quero ou se não quero
Tão longe de razões é o meu tormento.

Mas como usar amor de entendimento?
Daquilo que te peço desespero
Ainda que m'o dês - pois o que eu quero
Ninguém o dá senão por um momento.

Mas como és belo, amor, de não durares,
De ser tão breve e fundo o teu engano,
E de eu te possuir sem tu te dares.

Amor perfeito dado a um ser humano:
Também morre o florir de mil pomares
E se quebram as ondas no oceano.

1 comentário:

eccerui disse...

Há alturas em que as palavras não colaboram.
Não é o caso deste blog, aqui elas colaboram e muito bem.
Por causa disso gostaria de deixar um comentário em que as palavras tivessem colaborado comigo.
Fica este, que é o que se consegue...
E a certeza de aqui venho para ler o que há de novo
Um grande beijo em verso!